14 de abril de 2011

O amor , tão nobre , tão denso , tão intenso , acaba . Rasga-nos por dentro , faz um corte profundo que vai do peito até a virilha . O amor  encerrasse bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atracção . Vamos saber  que o que interrompe um sentimento é mistério indecifrável . Mas o amor termina , mal-agradecido , termina , e termina só de um lado , nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo , desacelera um antes do outro , e vai um pouco de dor para cada canto . Dói em quem tomou a iniciativa de acabar , porque acabar não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático . Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que nos acostumamos , acabar um amor não é nenhuma brincadeira , é facto de grande responsabilidade , é uma ferida que se abre no corpo do outro , no afecto do outro , e em ti próprio , ainda que com menos gravidade .

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