18 de setembro de 2011

O vestido branco

Ela era uma rapariga , uma rapariga doce e inocente que tinha nojo da dualidade de intenções dos seres humanos que ora amam , ora usam , ora querem , ora deixam de querer . Assim , preferia a clareza do mau carácter e a certeza do vazio do que incerteza da falsidade e o enchimento da traição . Caminhava , com os pés descalços , pelos destroços do mundo . Cada passo que dava lhe abria as cicatrizes , lhe feria a alma , lhe cortava a respiração . Parou e caiu exasta . As mãos apararam-lhe a queda mas não o coração . Desta vez , estava sem ar dentro de si . Os olhos , ainda com brilho , recussam-se a admitir uma derrota . Olhou em frente e viu-o , ali . Tão longe e ao mesmo tempo tão perto . Levantou-se . Despiu o seu vestido branco de esperança , agora manchado de raiva e dor e continuou a caminhar . Ele estava realmente ali , para ela , com ela . É só estender a mão , um pouco . Tão perto ... Ela deixou cair o véu , deixou-se lavar da dor , dos ciúmes e da traição . E quando chegou perto dele , o sol nasceu . Era um novo dia !

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